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A paz em tempos obscuros



Edgard Leite Ferreira Neto


Vivemos em uma era de conversões. Há sempre momentos assim, na história, na vida, nos quais o mundo se torna tão patético que a eternidade se impõe como única escolha pertinente. Na verdade sempre o é. Mas há alguns momentos que são de fim, de desagregação, de ruína, de desespero. Em geral, coincidem com o ápice de projetos centrados na aceitação dos pecados humanos como normativos. E nos quais muitos afundam suas consciências, na incoerência dos desejos mundanos, com suas perversões, e no desprezo pela essencialidade contida na vida. A eternidade se torna visível, claramente, como a única alternativa para a paz, para a integridade. No desastre do cativeiro da Babilônia, profetizou Jeremias: "E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29:7). Ali, do outro lado do visível, está localizada nossa integridade, a única possível: a paz que vem de Deus. Porque a alma humana tem em si esse anseio permanente por Deus e pelo seu espírito. Não há necessidade de forçar ninguém a isso. Nos momentos de escuridão todos começam a se mover em seu sentido. Diz o salmista: "Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem? Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano. Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a” (Sl 34: 11-14). Seguimos, apenas, em Sua direção, pelo meio dos escombros dos pecados humanos, em meio a almas destroçadas e ao desespero dos que perderam toda esperança. Nada há de mais pertinente na vida que essa conversão ao bem, à vontade de Deus, ao império do espírito sobre nossas consciências. À santificação de nossa existência nesse mundo de atrocidades. E assim espalhar, pelas cidades e suas almas destruídas, essa grandeza de Deus, que tudo santifica. E aonde pode estar essa paz senão naquele sobre o qual profetizou Isaías? "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”(Is 9:6).

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